Palavra menos pesquisada em 2020: EMPATIA

“Os idosos já viveram o que tinham a viver”

“As pessoas obesas não tiveram cuidado a vida toda e agora estão preocupadas com a obesidade ser um fator de risco?”

“Vou a/faço festas pela minha sanidade mental”

Estas foram algumas das coisas que tive o desprazer de ouvir/ler este ano. Fui muito ingénua em acreditar que a pandemia iria tornar as pessoas melhores, que iriam fazer o esforço de desviar os olhos do próprio umbigo e colocarem-se no lugar dos outros. Esta desilusão só se compara àquela que tive, em 2019, quando descobri que andei a comer cássia durante 27 anos, a versão barata da canela que, quando ingerida a potes, é tóxica (e digamos que eu não sou muito comedida na quantidade que uso. Sabiam que dióspiro com canela é bom?).

Queria escrever uma mensagem de ano novo polvilhada com esperança, amor e derivados, porém não acredito que isto melhore. A “isto” não me refiro à pandemia, essa acredito que vá amenizar, mas sim às pessoas. Para a COVID-19 já há vacina, para o egoísmo não.

Feliz 2020 parte II !

P.S. Se quiserem polvilhar o arroz doce da passagem de ano com canela verdadeira, a chamada Canela do Ceilão (Cinnamomum zeylanicum), há no Lidl.