João rematava sempre o seu jantar com uma doce e sumarenta laranja. Não era homem de se importar com a celulite, nem com a roupagem de inverno rigoroso que algumas tinham. Comer ao jantar uma laranja de sobremesa era o seu ponto alto do dia, ou melhor, da noite. Isso, e no almoço ter como pospasto uma maçã. Mas voltemos às laranjas. Laranjas cor de laranja e cheias de vitamina C.
Já Pedro, vizinho do João, tinha raiva dele. João refastelava-se com laranjas do quintal de Pedro. E como a vingança é um prato que se come de noite, certo dia Pedro faz o mesmo que João (porém o João não tem laranjas, mas sim coentros). Às tantas da madrugada, salta o muro tal e qual como faz o ladrão de citrinos. Porém, em vez de roubar os coentros do vizinho, fanou-lhe a vida.
E, assim, em pleno tribunal, nasceu o ditado “Laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata”.