SuperManager

Cocozinha esclarece: “O programa não se chama Super Capitão do mato, chama-se SuperManager”. Cocozinha é formada em Capitania do Mato e vem ajudar todos os Managers de Consultoria deste país a escravi… Perdão… A educar os seus trabalhadores.

Nesta semana temos a história da Xixizinha:
- Os meus trabalhadores entram e saem à hora que lhes foi estipulado… Quanto muito ficam 1 ou 2 horas a mais… Já lhes disse que as 9h diárias de trabalho não são lei… Queixam-se que estas horas não são pagas... E mais, ficam chocados e descontentes se lhes peço para virem trabalhar ao fim de semana. - conta com a voz embargada.
- Já vi as imagens… Eu sei que é difícil, mas juntas vamos conseguir! O Primeiro passo será incutir-lhes que é necessário ter compromisso com o projeto. Espalhe frases por todo o open space.
- Que tipo de frases? - pergunta esta sofrida manager.
- Frases do tipo “Compromisso com o projeto!”, “Aqui o horário é religioso: das 9h até quando Deus quiser”, “Quem muito dorme pouco aprende”, “O dinheiro não é tudo na vida”. Ah, e uma boa ideia é arranjar um poster do Uncle Sam e escreve “We want you on weekends”. Também pode contratar a equipa do Leonardo DiCaprio Lda para entranhar estas ideias durante o sono.

No primeiro dia depois da visita da SuperManager os trabalhadores portaram-se lindamente. Fizeram 3/4h extraordinárias e ainda levaram trabalho para casa. No segundo dia um trabalhador quis sair a horas. A Xixizinha tentou usar todas as armas que a SuperManager lhe deu (incluíndo chicotes), mas nada feito…
- Vá, agora o que tem de fazer é colocá-lo no banquinho da pausa. Fica lá 5 minutos e não pode fumar. - instruíu a SuperManager.
- Ai meu deus, isto custa-me tanto… Ter um colaborador aqui enquanto podia estar a trabalhar… - rolam lágrimas dos olhos da nossa Xixizinha.
- Dê cá um abraço. Eu sei que custa… Mas vai compensar, vai ver…

A questão do trabalho ao fim de semana ainda não foi abordado, porém a SuperManager deixa umas dicas:
- Coloca uma tabela no frigorífico da copa com 2 colunas “Sábado”/“Domingo” e tem aqui uns ímans com o nome dos colaboradores para eles colocarem na coluna correspondente às suas disponibilidades. Ah, e é importante que coloque o seu nome também, nem que seja só numa coluna.
- O quê?! - a Xixizinha ficou chocadíssima.
- Não se preocupe. Só precisa de vir para lhes pagar o almoço. E tente sempre incutir-lhes que o trabalho ao fim de semana como é pago compensa as horas extraordinárias feitas durante a semana.

Como na escravat… Perdão… Na educação não há só deveres, a SuperManager diz-nos o que fazer para recompensar os trabalhadores:
- Coloque em cimas das mesas umas guloseimas e um cartão a congratulá-los pelo esforço e dedicação que eles estão a demonstrar.

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História real de superação

- E agora depois do incrível número musical com a promissora cantora Maria Leal apresento-lhes a história de superação da Sra. Cocozinha.

Voz-off (com imagens da Sra. sentada em casa, com planos de câmera das mãos cruzadas sobre o colo, a passear na rua…): “Este é o relato da história de superação da Sra. Cocozinha. Depois de vários anos de insistência por parte de familiares e amigos, ela finalmente conseguiu parar de colocar açúcar no café. Não só agora poupa dinheiro como consegue notar diferenças no sabor das cápsulas Delta Q. Antigamente a única diferença era o nº da intensidade nas caixas, agora descobriu um novo mundo.”

*Corta para o estúdio onde as senhoras seniores da audiência já estão de lencinho na mão.*

- Realmente esta é uma história muito delicada e profunda. Boa tarde Sra. Cocozinha, seja bem-vinda.

- Boa tarde Dona Fátima. Gosto muito de si. Vejo-a todas as tardes. Adoro ver às sextas-feiras a Máquina da Verdade. São sempre histórias cativantes. – (normalmente as histórias são de pessoas já com os seus 60, 70 anos que vão provar que não traem o respectivo cônjuge. Ou que não roubaram a galinha do vizinho)

- Muito obrigada. Então conte-nos a sua história.

- Bem… *pigarreia um pouco* Não é fácil falar sobre isto como deve compreender, mas estou aqui para mostrar a todas as pessoas que não tenham medo de dar o passo que eu dei. Ora, eu comecei tarde a beber café e sempre com açúcar. Ao principio cheguei a colocar uma colher e meia de açúcar. Certo dia, um familiar meu começou a beber o café sem açúcar. Eu achei uma maluquice, mas cada pessoa faz o que quer da vida, não é? Mas num almoço, esse meu familiar começou a insistir comigo para eu beber o cafezinho sem açúcar. Eu experimentei e vou ser sincera, o inicio é muito difícil. Fiquei com o sabor amargo na boca até lavar os dentes.

- Desistiu?

- Infelizmente sim. Voltei a colocar açúcar, mas desta vez só meia colher. Mesmo assim não pararam de me atazanar o juízo para deixar o açúcar. Disseram-me que assim o café não prestava, que parecia água com açúcar… Eu cedi mais uma vez, mas desta vez jurei para mim mesma que não iria desistir. Comecei por beber sem açúcar quando comia algum bolo/sobremesa com o café. Depois bebi uns dias seguidos sem açúcar até que um dia já nem sentia o amargo no final. Foi maravilhoso. Consigo agora distinguir um pouco os sabores das diferentes cápsulas de café. Foi um processo difícil e demorado, mas valeu a pena.

- Vamos agora parar um pouco para anunciar o nosso passatempo. Ligue o 760 666 666 e habilite-se a ganhar um fantástico Papa-reformas. Vá meninas em coro: 760 666 666. Isto está fraquinho hoje… Não tomaram o Calcitrim à entrada? Aahahah. Vamos continuar com a Sra. Cocozinha. O que pensa agora das pessoas que bebem o café com açúcar?

- Se calhar vai parecer um pouco forte o que eu vou dizer, mas para mim quem bebe café com açúcar não gosta de café.

*GASP – Toda a gente da audiência ficou em choque*

- Tem que ter cuidado com esse tipo de afirmações. Alguém pode ficar ofendido.

- Desculpe, mas em relação a este assunto não posso ser politicamente correcta. Café com açúcar não sabe a café. Ponto. Atualmente, quando experimento colocar açúcar… É água com açúcar autêntica…

 - E o que tem a dizer às pessoas que nos estão a ver aí em casa? - *aponta para a câmara*

- Que não tenham medo de arriscar e experimentem não colocar açúcar no café. E não desistam à primeira adversidade. É difícil, mas é possível chegar lá.

*Aplausos para todo o lado*

- E é com este conselho motivacional que acabamos esta parte e vamos para intervalo. Até já! E já sabe, ligue o 760 666 666.

Casamentex

Lembram-se do Simplex? (falo como se tivesse acabado…)

Imaginem uma medida para tornar os casamentos civis mais simples e baratos: casamentos no balcão do registo civil.

Fila de casais com a senha H (já não há senhas para os que chegaram agora. “Só amanhã. E as últimas senhas passam para a tarde”. Até parece que estou a ouvir as funcionárias. Que saudades das manhãs inteiras passadas nas finanças/segurança social para trazer uma folha de papel que custa os olhos da cara). Alguns estão vestidos de noivos (crianças que estão com os pais que têm outras senhas brincam com a barra do vestido das noivas) outros estão vestidos à civil (BAA-DUM-THHS) (offtopic: Quando era pequena pensava que os polícias à paisana andavam vestidos tipo mexicanos com um sombrero e tudo. Achava um pouco esquisito já que era suposto não darem nas vistas, mas a palavra “paisana” fazia-me lembrar mexicanos). E sim, há senhas, mas também há pessoas que gostam de fazer filas mesmo quando o atendimento é por senhas.

Existem vários monitores na sala que dão a informação do nº das senhas e de conselhos para uma boa vida a dois. E para ser mais realista existem vários monitores, mas só um é que funciona e é o que está no cu de Judas e tens de te levantar para ver em que senha vai (os outros dois é só para as pessoas se questionarem sobre o seu uso). Conversas mais ouvidas “Qual é a sua senha? Ah, a minha é a 666. Já cá estou desde madrugada… Blá, blá, blá” (nos centros de saúde é mais “Você está para a Dra. Coisa? Eu também. Você é de que hora? Ah, eu sou das 11:30”).

Chega a vez do nosso casal maravilha. Aproximam-se do balcão. A fila do lado é para os divórcios simplex. Divorcex. Parece nome de medicamento. Entregam a senha à funcionária que é colocada num cestinho (a senha, não a funcionária). Funcionária: “Nomes?”. “Somos a Cocozinha e o Xixizinho”. “Qual a modalidade pretendida: comunhão de adquiridos, comunhão geral, separação?”. “O que é meu é dela”. “Modalidade trouxa então”. “Desculpe?”. “Ahm? Assinem aqui como consta no cartão do cidadão” Marca com uma cruz a linha para os noivos assinarem. “Querem chuva de arroz quando saírem?”. “Sai mais caro?”. “Não”. “Então pode ser. Mas quem é nos vai atirar com o arroz? Os outros casais?”. “Não, são os meus colegas quando forem fazer a pausa para fumar. Não se preocupem que não demora muito. Eles costumam ir de meia em meia hora” “Ah, mas esperem lá. Acabou o arroz. A cozinheira teve de o usar para o almoço.”. A funcionário saca do cesto com as senhas e atira-as contra o casal tipo confettis. “Aqui têm! Parabéns aos pombinhos. Não se esqueçam que durante um ano após o casamento o divórcio fica a metade do preço. Adeus! Saudinha!”.

No final do “casamento” do casal que veio a seguir não houve confettis ao que eles reclamaram. Funcionária: “O cesto precisa de encher. Agora só daqui a 50 casais é que rende”.


P.S.: Os diálogos estão tão claros que até parece Saramago.

Mãos. O que fazer com elas?

*Retiro cuidadosamente o lençol empoeirado que encoberta o blog* (sim, cuidadosamente. Não vamos ser como o pessoal dos filmes e etc. que retira os lençóis que se encontram sobre os móveis já há 500 anos com uma bruteza absoluta. Ou como gajos que tiram, com um único puxão, a toalha da mesa com a loiça toda lá em cima. Uma pessoa alérgica ao pó morria logo sufocada. A não ser que se queira cometer um homicídio. Por falar nisso, ideia de sketch – um gajo a ser interrogado/torturado e não está a colaborar. “Ah não falas? Então toma lá”, põe um gato, flor (qualquer cena que o gajo seja alérgico) mesmo à frente do nariz. Devia abrir um daqueles sites de banco de imagens mas “banco de ideias de sketch”. Vou ao Shark Tank com essa ideia: “Tubarões (sim no Shark Tank tuga os candidatos referem-se assim aos possíveis investidores), quero o vosso cu e 5 cêntimos para ir para a frente com esta ideia”. Tubarão: “Vou fazer uma contra-proposta: Continuo a dar o meu cuzinho mas quero 5% em “royáltis””. (vejam um pouco do programa tuga e vão perceber essa dos “royáltis” - eu e a minha mania de querer que toda a gente perceba as minhas saídas. Acho que para mim humor subtil não dá xD))

Eu tenho um problema. Não sei o que faça com as minhas mãos. Não, não me foi diagnosticado cleptomania, apenas em certas situações não sei onde ponha as mãos e no fogo não há-de ser. Quando estou a falar com alguém, num concerto, numa apresentação ou até mesmo só quando estou a andar na rua não sei se mantenho as mãos ao lado do corpo, se ponho as mãos nos bolsos, se cruzo os braços… Talvez se não pensasse nisso não me fizesse confusão. Por exemplo, ontem fui ao dentista e lá então é que não sei mesmo o que fazer. Normalmente costumo-me por tipo cadáver no caixão (que é como algumas pessoas se devem sentir no dentista. Por acaso não é o meu caso): mãos com os dedos entrelaçados sobre a barriga. (agora que penso nisso talvez nos cadáveres seja mais só uma mão em cima da outra e não com dedos entrelaçados. Iria dar um certo trabalho ao gajo que prepara os corpos. Por falar nisso, esses gajos devem sofrer um bocado quando lhes perguntam o que é que eles fazem da vida. Para já é um bocado creepy, lembra-me logo os psicopatas que matam as vítimas e põem-nas todas pipis só porque para eles é giro (talvez tenha visto séries tipo CSI durante muito tempo da minha vida). Isso faz-me pensar que essas pessoas deviam ser como que uns stylists mas dos mortos, tipo esquadrão G (e é G mesmo de gay – “Cinco fantásticos homens gays que têm uma missão difícil: melhorar o dia a dia de homens heterossexuais que vivem sem quaisquer cuidados com a sua aparência, a casa ou a sua vida social.”) mas com M. Imagino um gajos desses com uma pessoa que tenha perdido alguém: “Olhe tenho aqui um fato que realça a cor dos olhos do falecido”, *Plano de câmara para o morto que obviamente se encontra de olhos fechados*, “Bem se calhar não. Ah já sei, um anjinho disse-me durante o sono que a tendência no paraíso são estes casacos de pele genuína” ao que responde o ente do falecido “Ele batia na mulher”, “Ah, melhor ainda. Eu assisti por sonho, convidada pelo próprio belzebu, ao último desfile Outono/Inverno do inferno. Nunca percebi o porquê das distinções de estações do ano visto estar lá sempre um calor dos “diabos”. Hahahahah eu tenho tanta piada”, o ente do falecido fica com cara de cu seja lá que tipo de cara seja essa. O stylist continua: “Desfilaram coletes suicidas, colarinhos brancos….”, “Deixe estar, ele sempre disse que queria levar vestido para a cova o fato que levou para o casamento. Realmente é mal-empregado só se usar uma vez”.

(o negrito nos parênteses foi propositado. Para ninguém se perder xD)

Digam-me, como é que vocês se põem na cadeira do dentista? Ou nem sequer pensam nisso? 

Uma nota sobre estes atentados terroristas: porque raio pessoal de toda a parte do mundo se torna jihadista? Qualquer dia esses gajos inventam um programa de TV tipo Ídolos mas para encontrar o jihadista perfeito. Em vez de ser “So you think you can dance” é talvez “So you think you can explode”. Coreógrafo com sotaque à Marco de Camillis: "Fiz uma coreografia linda tendo como fundo um lugar público atulhado de gente e com um final explosivo”, e pisca o olho. A performance dá-se. No final todos aplaudem e um dos integrantes do júri com bocados do candidato sobre a mesa dá a sua opinião “Eu se tivesse no teu lugar não tinha coragem (o júri do The voice gostam muito de dizer isto). Foi lindo, de cortar a respiração (literalmente)”. O único senão deste programa seria o facto de ninguém chegar à final. 

Se ficaram ofendidos com o último parágrafo lembrem-se que sem sentido de humor é tudo muito mais difícil.

Ainda não sei se volto a colocar o lençol no blog. Mas de qualquer forma saudinha para vocês todos!